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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os 25 piores hábitos no mundo da tecnologia

Todo mundo tem vícios no mundo da tecnologia: que atire a primeira pedra quem nunca usou a palavra senha como senha. Mas agora vamos cavar mais fundo, em busca dos hábitos realmente ruins que podem causar danos permanentes ao seu computador, seu bolso e seu estado de espírito. Apresentamos a vocês os 25 piores hábitos no mundo da tecnologia.

1. Não usar software de segurança

Então você pensou que poderia viver sem utilitários contra vírus e malware, apenas prestando atenção aos links nos quais clica em páginas web e e-mails. Está dando certo? Aposto que não por muito tempo.

Pelo amor de tudo o que é sagrado, use alguma coisa, qualquer coisa, para proteger seu PC de malfeitores que adorariam ter você, seu computador e sua conta bancária como alvo. Você nem precisa gastar dinheiro, e pode usar software de segurança gratuito como o Microsoft Security Essentials.

2. Não fazer backup de seu computador

A coisa mais engraçada sobre as pessoas que não fazem backup das informações em seus computadores é que elas sempre tem uma boa desculpa. Eu sei que estou errado, mas.... Escute: TODOS os HDs eventualmente falham. Todos, e o seu também irá falhar. Não é uma questão de se, mas de quando, e você deve estar preparado.

3. Não fazer backups off-site

Imagine que um ladrão entra em seu apartamento e rouba o seu notebook. Você pensa: não tem problema, eu fiz um backup completo ontem à noite. Mas aí você descobre que o ladrão também roubou o HD de backup, que estava do lado do notebook. Oops!

Armazene seus dados em múltiplos locais, com backups automáticos para os dados armazenados remotamente (por exemplo, em um servidor na internet). E ao fazer planos para recuperar seus dados, sempre se prepare para o pior cenário possível.

4. Responder a SPAM

Sabe porque os spammers continuam emporcalhando sua caixa postal? Porque há um número grande o suficiente de pessoas que responde às mensagens, fazendo o esforço de enviá-las valer a pena. Sim, clicar no link remova meu e-mail no rodapé da mensagem conta como uma resposta, já que confirma para o spammer que seu endereço existe, está ativo e há um cliente em potencial lendo as mensagens.

Apenas em raras ocasiões, se a mensagem vier de uma empresa legítima, seu endereço de e-mail será realmente removido da lista quando você clica no link. Lembre-se: se você não é parte da solução, é parte do problema. Invista também algum tempo aprendendo como funcionam as soluções anti-spam de seu cliente de email ou provedor. Garantimos que vale a pena.

5. Andar por aí com um computador ligado

Não há problema em tirar seu notebook da cozinha e levá-lo para a sala quando ele ainda está funcionando. Agora, tirar o notebook do escritório, enfiá-lo ligado dentro de uma mochila e encarar meia hora de metrô e um quilômetro de caminhada é uma PÉSSIMA idéia.

Um disco rígido em funcionamento pode ser danificado mesmo por um pequeno impacto (como um solavanco dentro de um ônibus), e micros podem facilmente superaquecer se deixados em lugares fechados. Desligue seu micro antes de transportá-lo. O Windows tem várias opções para modificar o comportamento do botão de força e desligar automaticamente o notebook, ou colocá-lo para dormir, quando você fecha a tampa.

6. Usar um notebook na cama

Você pode usar seu notebook na cama o quanto quiser. O problema é quando você o deixa ligado apoiado sobre seu maravilhoso edredon de penas de ganso. Edredons, cobertores, travesseiros e almofadas podem bloquear as saídas de ventilação do computador, causando superaquecimento e danos aos componentes. Além do mais, você pode acabar com um baita torcicolo se usar o computador em uma posição não natural. Use uma mesinha para notebook ou mesinha de café para manter a máquina em uma posição confortável e garantir um bom fluxo de ar.

7. Imprimir tudo

Você pode ter cópias digitais de todos os formulários, recibos e comprovantes de que precisa, basta instalar um software gratuito como o PDFCreator que imprime em arquivos PDF a partir de qualquer programa no Windows. Então pra que desperdiçar papel? Mesmo formulários hoje em dia podem ser assinados digitalmente, então antes de imprimir pense duas vezes: eu realmente preciso de uma cópia disso em papel? Seu bolso, e o meio-ambiente, irão agradecer.

8. Levar a câmera digital para a praia

Se um grão de areia sequer entrar no obturador ou mecanismo de zoom de sua câmera, ela já era. Se você realmente quer fotografar na praia, coloque a câmera dentro de um case à prova dágua, também conhecido como caixa estanque. Ou então compre uma câmera resistente feita para aguentar areia, água e neve sem problemas, como estes modelos da Sony e da Panasonic .


9. Deixar o notebook no carro

Ladrões ficam à espreita em estacionamentos movimentados e procuram pessoas engravatadas que distraidamente deixam suas malas de notebook no carro, mesmo que por alguns minutos. Tudo o que eles tem a fazer é quebrar uma janela, agarrar a mala e pronto, seu portátil virou história em menos de 10 segundos.

Colocar a mala no bagageiro do carro em uma rua movimentada à vista de todos também é uma péssima idéia. Bandidos podem seguí-lo e esperar você dar bobeira para atacar, seja com um revólver em punho ou simplesmente abrindo o porta-malas quando você estacionar, algo ainda mais fácil que quebrar a janela.

Se você precisa deixar o notebook na mala do carro, faça isso em um local discreto, longe dos olhos de curiosos. Melhor ainda, leve o notebook com você.

10. Guardar todos os seus e-mails!

Todas as mensagens que você recebeu em sua vida estão sentadinhas na sua caixa de entrada em ordem cronológica? Parabéns! Você não só tem um histórico perfeito de toda sua comunicação online como a garantia de que nunca mais conseguirá achar uma mensagem importante no meio de tudo aquilo.

Use pastas e tags (marcadores) para separar suas mensagens por categoria (trabalho, pessoal, importante, etc...) e seja liberal no uso da tecla Delete para apagar mensagens que não terão mais serventia.

11. Não aprender os atalhos de teclado

Você sabia que há pessoas que não sabem que Ctrl+C serve para copiar um item e Ctrl+V para colar? Não estou dizendo que você tem que decorar todas as combinações de Alt, Ctrl e Shift existentes, mas quanto mais você aprender, mais cedo vai terminar seu serviço. É simples: é necessário mais tempo para pegar o mouse e clicar em Arquivo / Salvar do que para teclar Ctrl + S.

12. Instalar coisas demais

Porque o Windows está tão lento? Porque você instalou três programas de mensagens instantâneas e 7 barras de ferramentas em seu navegador. Depois que tudo isso estiver instalado o estrago já está feito, porque muitos destes programas deixam para trás rastros que são difíceis de eliminar. Você pode fazer um esforço para Limpar seu PC , mas se precaver é a melhor opção. Antes de instalar um programa, faça a pergunta: eu realmente preciso dele?

13. Jogar fora os recibos

Uma lei universal diz que os seus eletrônicos irão quase sempre pifar imediatamente após o fim do período de garantia. Mas de vez em quando eles deixam de funcionar antes disso. Você pode conseguir que eles sejam consertados de graça, desde que se lembre de onde colocou o recibo.

Mantenha-os em uma pasta separada na mesma gaveta onde você guarda documentos importantes como o contrato do aluguel ou do plano de saúde. E se você quiser economizar espaço, pode digitalizá-los com um scanner e guardá-los em seu computador. Só não se esqueça de fazer backup (vide itens 2 e 3 desta lista).

14. Entrar numa fila para comprar um produto

Lembra-se da vez que você passou uma semana dormindo em uma barraca na porta da loja para ser o primeiro cara na sua cidade a comprar um PlayStation 3? Você poderia ter gasto esse tempo com coisas mais produtivas. Acredite: não importa se você comprar o videogame hoje ou daqui a um mês, ele vai funcionar do mesmo jeito. Na verdade nem se dê ao trabalho de ir até a loja: compre online e deixe os correios fazerem o serviço pesado por você.

15. Bater no seu computador

Você tem todo o direito de ficar bravo, já que o Windows dá motivos suficientes para tirar qualquer um do sério. Mas lembre-se: há muitos meios para otimizar e até reparar o seu PC, mas abusar dele fisicamente, seja chutando o coitado ou arremessando-o para o outro lado da sala não faz parte da lista. E gastar dinheiro com um computador novo por causa de um ataque de raiva não vai fazer você se sentir bem. Quando o sangue ferver pare, respire fundo, recupere a compostura e procure ajuda na internet. Há soluções para quase tudo.

16. Salvar arquivos em qualquer lugar

Quando a conta de luz chega você a joga em cima da mesa, em uma pilha com as fotos da família, folhetos de pizzaria, o jornal de domingo e um monte de DVDs? Ou você gasta os 20 segundos necessários para colocá-la no lugar certo? Nem precisa responder. Assim como nos e-mails, organize seus arquivos em pastas. Elas são suas amigas.


17. Fazer check-in em serviços como o FourSquare

As únicas pessoas que realmente se interessam em saber se você está no McDonalds ou na lavanderia do Sr. Lao são aquelas que você não quer que saibam disso. A exceção é se você estiver em um lugar muito legal, como o Monte Fuji, o Palácio de Versailles ou Chernobyl. Nesses casos, pode fazer check-in à vontade.

18. Citar a Wikipedia com convicção

Quando você precisa confirmar um ponto de vista com um fato, com certeza o melhor lugar para procurá-lo é em um website gigantesco que qualquer um pode modificar anonimamente, e onde farsas e pegadinhas podem sobreviver impunes por anos. Hmmm... acho que não.

Se você realmente tem que usar a Wikipedia, clique nos links para as notas de rodapé para consultar as fontes e verificar o quão verídico é o conteúdo do verbete.

19. Colocar fotos hilárias na internet

Ei colega! Parece que você se divertiu à beça na despedida de solteiro do Antônio, hein? Esse é você com uma garrafa de vodka na mão? Que original! E parece que você e a menina do teu lado estão pra lá de Bagdá. Ou pelo menos foi isso que o chefe disse quando mandou o link pras fotos para a empresa toda. Boa sorte com aquele seu aumento...

Não estamos dizendo que você deve se comportar como Madre Teresa, mas se quiser salvar estes momentos para a posteridade, faça isso de forma privada. Se você realmente precisa colocar as fotos na internet, preste muita atenção às configurações de privacidade do Facebook e de outras redes sociais e sites de compartilhamento. Não tagueie as fotos comprometedoras com seu nome e não deixe escancaradas fotos e informações que possam fazer você passar por situações constrangedoras, agora ou no futuro.

20. Acreditar no vendedor

Vamos colocar desta forma: se o simpático vendedor realmente entendesse muito de computadores, não estaria andando pela loja de uniforme e perguntando se você precisa de ajuda. Claro que há exceções, mas também há motivos suficientes para colocar um pé atrás.

Antes de comprar ou mesmo de ir à loja, faça uma pesquisa sobre o produto procurando reviews escritos por outros usuários e comentários em fóruns de discussão, e compare os preços e condições de pagamento em várias lojas. Uma simples busca no Google pelo nome do produto mais a palavra review ou análise pode ser a diferença entre fazer um ótimo negócio ou acabar com um mico na mão.

21. Ignorar as especificações técnicas

Atualmente a maior tendência no mundo da tecnologia é oferecer um produto em três categorias: uma versão básica, uma para usuários mais avançados e uma extreme, que inclui tudo e mais um pouco, cada uma com preço maior que a anterior.

O problema é que muitas vezes, fora uma caixa mais bonita e alguns penduricalhos extras, a Extreme não faz muito mais que a versão básica, ou tem recursos dos quais você não precisa. Mas você comprou ela assim mesmo, porque não leu a ficha técnica do produto e não conhecia a diferença.

Descobrir o significado de cada item em uma ficha técnica e quais deles realmente importam pode dar um trabalhão (vide nosso Especial sobre Câmeras Digitais ), mas é um tempo que será bem gasto.

22. Usar uma única senha para tudo

Basta que sua operadora de telefonia escorregue e deixe vazar informações sobre seus assinantes para que um malfeitor, de posse de sua senha de auto-atendimento, acesse seu e-mail, conta no banco e perfil de rede social. É como uma pista expressa para ladrões de identidade!

Nos dias de hoje, ter uma senha única para cada site é algo impossível, mas ao menos use um conjunto de várias senhas, e guarde as melhores para os serviços mais importantes. Gerenciadores de senha e serviços como o LastPass.com podem ajudar.

23. Não ter um endereço de e-mail descartável

Não dê seu endereço principal de e-mail para sites questionáveis ou pessoas que você encontrou na balada. Um endereço descartável que você checa de vez em quando é uma solução melhor. É pra isso que o GMail foi inventado.

24. Não trancar seu smartphone

Quando um pilantra encontra um smartphone perdido, a primeira coisa que ele irá fazer é quantas ligações interurbanas e internacionais precisar. Depois, ele vai coletar toda a informação que puder para uso em spam ou roubo de identidade.

Mas você pode evitar tudo isso colocando uma simples senha no aparelho. Ou investir em ferramentas de segurança como o Norton Mobile Security para o Android, que permite bloquear o aparelho à distância e até formatar a memória interna com um simples comando via SMS, impedindo que suas informações caiam em mãos erradas.

25. Postar comentários online

Eu sei: você tem o contra-argumento perfeito para um dos pontos deste artigo, e vai digitá-lo no formulário ali em baixo para ser o comentário número 86 na página 4. Touché. Por favor gente, estamos em 2010. Se você tem algo bom a dizer, pelo menos faça o favor de usar o Twitter, onde tem mais chances de ser ouvido. Mas seja educado.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

EUA abandonam 'Guerra ao Terror' em nova estratégia de segurança

EUA abandonam unilateralismo de Bush e adotam nova estratégia de

EFE

EUA abandonam unilateralismo de Bush e adotam nova estratégia de segurança
Washington, 27 mai (EFE)- A Casa Branca apresentou nesta quinta-feira sua nova Estratégia de Segurança Nacional, que coloca o conflito armado como último recurso e se distancia assim da doutrina da guerra preventiva e do unilateralismo estabelecido por George W. Bush.

Em seu lugar, a nova estratégia, de 52 páginas, enfatiza a colaboração com os países aliados e o fortalecimento das instituições internacionais como ferramentas para resolver os conflitos.

"Nosso foco é uma estratégia que amplie nossas fontes de influência no mundo e nos permita usá-las para fazer frente aos desafios do século XXI", afirmou o vice-conselheiro nacional de segurança do presidente Barack Obama, Ben Rhodes.



A Estratégia de Segurança Nacional, a primeira do presidente Obama, é um documento que o Governo americano emite no começo de cada mandato, por exigência do Congresso, e fixa as prioridades diplomáticas e defensivas do país.


A nova estratégia põe ênfase na cooperação internacional e no desenvolvimento de alianças e abandona assim o unilateralismo declarado pelo presidente anterior, George W. Bush, em sua doutrina da guerra preventiva exposta em 2002.

Segundo Rhodes, esta mudança representa "um giro de 180 graus" para fazer frente a desafios como o terrorismo internacional e o doméstico, assim como a mudança climática e a proliferação nuclear.

"Vamos alimentar a cooperação para resolver os problemas globais com o apoio de nossos aliados", indicou Rhodes, que acrescentou que também se dará a prioridade ao aprofundamento das relações com potências emergentes como China, Índia, Rússia, Brasil e África do Sul.

O documento também coloca ênfase na luta contra o terrorismo, especialmente contra os radicais enraizados nos Estados Unidos, depois que o Governo detectou uma série de incidentes protagonizados por extremistas nascidos ou residentes no país.

Segundo a Casa Branca, trata-se da primeira estratégia de segurança nacional que integra a segurança interna dentro de sua estratégia global.

O documento menciona especificamente à rede terrorista Al Qaeda como o grande inimigo dos EUA e assinala também os programas nucleares da Coreia do Norte e do Irã.

A Administração "levará o combate" contra os extremistas "ali onde eles tramam seus planos e treinam, no Afeganistão, Paquistão, Iêmen, Somália e além", indicou na quarta-feira o assessor na luta contra o terrorismo da Casa Branca, John Brennan.

Apesar de tudo, os EUA não renunciam sua supremacia militar, considerada uma das bases de sua estratégia e imprescindível como fator de influência no exterior.

A nova tática considera também o bem-estar econômico como um dos pilares para garantir a segurança do país e advoga por uma "nova base" mediante o aumento do uso de energias limpas e a redução do déficit fiscal.

Mas também quer promover o bem-estar econômico fora do país, já que é certo que "golpes à economia global podem precipitar o desastre", assinala o documento.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Oceanos 'recriados' em laboratório

Um professor de oceaonografia da Universidade de Newfoundland, no Canadá, conseguiu recriar a dinâmica dos oceanos em laboratório, com um experimento usando uma plataforma rotatória de fluidos.

A forma e a rotação da Terra são cruciais na dinâmica dos oceanos, e a plataforma montada pelo professor Iakov Afanassiev tenta reproduzir ambas.

Um filtro colorido acima da plataforma permite aos pesquisadores "codificar" a topografia da superfície líquida - os movimentos, mesmo muito pequenos, aparecem em diferentes cores.

O professor de oceaonografia Iakov Afanassiev, da Universidade de Newfoundland, no Canadá, conseguiu recriar a dinâmica dos oceanos em laboratório, usando uma plataforma rotatória de fluidos.



A forma e a rotação da Terra são cruciais na dinâmica dos oceanos, e a plataforma de Afanassiev reproduz ambas. O centro seria o Polo Norte. Uma câmera registra esse "oceano" fluorescente de fluidos.




Um filtro colorido acima da plataforma permite aos pesquisadores "codificar" a topografia da superfície líquida - os movimentos aparecem em diferentes cores. Aqui, uma onda ocorre abaixo da superfície em uma montanha submersa no fundo do tanque.
Os pesquisadores recriaram uma onda de escala planetária conhecida como onda Rossby, que viaja do lado leste para o oeste do oceano. Aqui a onda, azul e verde, é vista a oeste da montanha-modelo.




"Vórtices (movimentos espirais do líquido) são abundantes no oceano e comumente observados em imagens de satélite", explica Afanassiev. Com seu experimento, esses movimentos podem ser reproduzidos e estudados em detalhes.



O oceano tem um papel importante sobre o clima. Este experimento permite aos cientistas observar suas dinâmicas e medir com detalhes sua velocidade e direção. Os resultados podem ser usados para melhorar os modelos matemáticos de processos climáticos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Perda de biodiversidade já ameaça economia, diz ONU

Por BBC, BBC Brasil, Última atualização: 10/5/2010 10:25
Perda de biodiversidade já ameaça economia, diz ONU



"Corais"










A destruição de ecossistemas da Terra deve começar a afetar economias de vários países nos próximos anos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira.

O Terceiro Panorama Global de Biodiversidade (Global Biodiversity Outlook ou GBO-3, na sigla em inglês) afirma que vários ecossistemas podem estar próximos de sofrer mudanças irreversíveis, tornando-se cada vez menos úteis à humanidade.

Entre estas mudanças, segundo o relatório da ONU estariam o desaparecimento rápido de florestas, a proliferação de algas em rios e a morte generalizada de corais.

Até o momento, a ONU calculou que a perda anual de florestas custa entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões, um número muito maior que os prejuízos causados pela recente crise econômica mundial.

O cálculo foi feito com base nos valores estipulados em um projeto chamado Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (EEB) para serviços prestados pela natureza, como a purificação da água e do ar, a proteção de regiões litorâneas de tempestades e a manutenção da natureza para o ecoturismo.

"Muitas economias continuam cegas ao enorme valor da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida e ao seu papel no funcionamento de ecossistemas saudáveis", disse o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.

"A humanidade criou a ilusão de que, de alguma forma, é possível se virar sem biodiversidade, ou de que isso é periférico no mundo contemporâneo", disse ele.

"Na verdade, precisamos dela mais do que nunca em um planeta com seis bilhões de pessoas indo a nove bilhões em 2050."

Segundo a ONU, quanto maior for a degradação dos ecossistemas, maior será o risco de que elas percam grande parte de sua utilidade prática para o homem.

Exemplo brasileiro

A Amazônia é citada como um dos ecossistemas ameaçados de atingir o chamado "ponto sem volta", mesmo com a recente diminuição nas taxas de desmatamento e com o plano de redução do desmatamento, que prevê a redução de 80% até 2020 em relação à média registrada entre 96 e 2005.

O relatório da ONU cita um estudo coordenado pelo Banco Mundial que afirma que se a Amazônia perder 20% de sua cobertura original, em 2025, certas partes da floresta entrariam em um ciclo de desaparecimento agravado por problemas como mudanças climáticas, queimadas e incêndios.

O relatório ressalta que o plano brasileiro deixaria o desmatamento acumulado muito próximo de 20% da cobertura original.

No entanto, o Brasil também é citado como exemplo no que diz respeito à criação de áreas de proteção ambiental.

"Alguns poucos países tiveram uma contribuição desproporcional para a expansão da rede global de áreas protegidas (que, segundo o relatório cresceu 57%): dos 700 mil quilômetros quadrados transformados em áreas de proteção desde 2003, quase três quartos ficam no Brasil, em grande parte, resultado do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)."

Na Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla em inglês), no mês passado, cientistas afirmaram que os governos nacionais não conseguiriam respeitar as suas metas de redução da perda de biodiversidade até 2010.

"Não são boas notícias", disse o secretário-executivo da CBD, Ahmed Djoglaf.

"Continuamos a perder biodiversidade em um ritmo nunca visto antes na História. As taxas de extinção podem estar até mil vezes acima da taxa histórica."

Metas fracassadas

A ONU diz ainda que a variedade de vertebrados no planeta - uma categoria que abrange mamíferos, répteis, pássaros, anfíbios e peixes - caiu cerca de um terço entre 1970 e 2006.

A meta de redução de perda de biodiversidade foi acertada durante uma reunião em Johanesburgo, na África do Sul, em 2002. No entanto, já se sabia que seria difícil mantê-la.

A surpresa do relatório GBO-3 é que outras 21 metas subsidiárias tampouco serão cumpridas globalmente.

Entre elas, estão a redução da perda e degradação de habitats, a proteção de pelo menos 10% das regiões ecológicas do planeta, controle da disseminação de espécies invasivas e a prevenção de extinção de espécies devido ao comércio internacional.

Uma sinal claro do fracasso registrado no relatório é que nenhum dos países envolvidos conseguirá atingir todas as metas até o fim do ano.

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domingo, 2 de maio de 2010

A nova classe média do Brasil

Como vivem esses 100 milhões de brasileiros e o que eles representam para o futuro do país
David Friedlander, Ivan Martins e Peter Moon, com Martha Mendonça e Ricardo Mendonça

PODER DE CONSUMO

A manicure Josineide mora na Rocinha, compra roupas da moda, tem dois celulares e quer mais um


“Classe média, eu?” A idéia surpreende Josineide Mendes Tavares, uma manicure de 34 anos, moradora da Rocinha, a favela mais conhecida do Rio de Janeiro. Sua freguesia, formada por mulheres da zona sul, que Josineide atende em domicílio, proporciona uma renda de R$ 1.500 a R$ 2 mil por mês. Ela e os dois filhos pequenos vivem numa casinha de 35 metros quadrados. Lá dentro, ela tem uma televisão de tela plana de 29 polegadas, nova, equipada com serviço de TV por assinatura e DVD. Fãs de Cartoon Network e Discovery Kids, as crianças assistem à televisão sentados nas cadeiras de uma pequena mesa de jantar, porque na sala apertada não cabe um sofá. O fogão de quatro bocas é antigo, mas o freezer e a geladeira Josineide acaba de comprar. Na laje, um extenso varal com roupas da moda e uma lavadora de última geração. “Compro tudo em parcelas a perder de vista”, diz ela. Ainda faltam um computador e um videogame. Ah!, sim. Josineide quer mais um celular. Ela já tem dois, mas diz precisar do terceiro para estar sempre à disposição da clientela.

Josineide e os filhos formam uma família típica da nova classe média brasileira, segundo uma pesquisa divulgada na semana passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio. De acordo com esse estudo, nos últimos seis anos cerca de 20 milhões de brasileiros deslocaram-se da base para o miolo da pirâmide social. Até há pouco tempo classificados como pobres ou muito pobres, eles melhoraram de vida e, como Josineide, começam a usufruir vários confortos típicos de classe média. Sua ascensão social revela uma excelente novidade: pela primeira vez na História, a classe média passa a ser maioria no Brasil. São hoje 52% da população (eram 44% em 2002) – ou 100 milhões de brasileiros, segundo a FGV.

Essa população emergente, com seu desejo de continuar a consumir e seu foco no progresso pessoal, é um sintoma de que o Brasil está melhorando. Em todos os países que alcançaram um alto grau de desenvolvimento econômico e social, a maioria dos habitantes pertence à classe média. Conhecer a nova classe média brasileira é, portanto, fundamental para entender o futuro do Brasil. Quem são essas pessoas? Como melhoraram de vida? Que impacto podem provocar? Quais desafios trazem para o país?

O economista Antônio Delfim Netto, ex-ministro nos governos militares, diz que a ascensão social em curso é do “mesmo gênero” que a ocorrida nos anos 60 e 70. “Criaram-se empregos industriais com bons salários, que permitiram à população comprar bens a que antes ela não tinha acesso”, diz Delfim. A diferença é a ordem de grandeza. A população brasileira aumentou, mudou do ponto de vista educacional e atravessou uma revolução demográfica que reduziu o tamanho da família. “Menos importante que o tamanho da renda é o povo sentir que progrediu”, afirma Delfim. “A soma de salário e crédito abundante permite que elas comprem bens de classe média.” Essa dinâmica, diz ele, cria a possibilidade de expansão ainda maior da economia, movimenta o mercado e põe mais gente no elevador social.

Para decifrar essa nova realidade, é preciso entender que a classe média desenhada pelas novas estatísticas é bem diferente da imagem consolidada pelo senso comum. Por isso, Josineide, a manicure da Rocinha, não se sente parte do novo estrato social. O que significa, para ela, pertencer à classe média? “É ter filhos estudando em boas escolas particulares, um carro e dinheiro para uma pequena viagem de fim de semana uma vez por mês”, afirma. Enquadrar as pessoas em determinada classe social é sempre um processo arbitrário, no Brasil e em qualquer país. Alguns pesquisadores usam como critério apenas a renda. Outros levam em conta fatores como patrimônio, ocupação ou nível de escolaridade. Em sua pesquisa, a FGV definiu como classe média as famílias com renda mensal entre R$ 1.065 e R$ 4.591.

Esse universo de 100 milhões de brasileiros é formado sobretudo pelos ex-pobres que acabam de pôr o pé na classe média. Alguns estudiosos chamam esse segmento de classe média baixa, outros falam em classe C. Para muitos, é difícil classificá-los. O certo é que melhoraram de vida. Anos atrás, não tinham conta em banco, consumiam apenas o essencial e seu principal objetivo na vida era chegar ao fim do mês com as contas pagas. Hoje, estão comprando o primeiro carro zero, construindo um cômodo a mais na casa, se vestem melhor. “Nossa maneira de olhar a classe média é meio americana”, diz o economista Marcelo Neri, coordenador da pesquisa e diretor do Centro de Políticas Sociais da FGV. “A classe média tradicional brasileira sempre comparou seu poder aquisitivo ao dos países desenvolvidos.”

A expansão da classe média e a redução da desigualdade de renda não são um fenômeno brasileiro apenas. Ele vem ocorrendo simultaneamente – e de forma acelerada – em todas as economias emergentes, sobretudo na China e na Índia. A explosão da classe média teve início há cerca de dez anos, ainda não atingiu seu pico e, segundo se prevê, deve durar pelo menos mais dez anos. Um estudo recente do banco de investimento Goldman Sachs – intitulado O Meio que Cresce – estima que, até 2030, 2 bilhões de pessoas terão se juntado à “classe média mundial”, conceito que, para o Goldman Sachs, inclui pessoas (e não famílias) com rendimento mensal entre US$ 500 e US$ 2.500. Os analistas Dominic Wilson e Raluca Dragusanu, que assinam o relatório, estimam que, em 20 anos, essa classe média, mais restrita que a descrita pela FGV, será 30% da população mundial.

Aquífero Alter do Chão é o maior reservatório de água do planeta

Pesquisadores do Pará e do Ceará descobriram que a Amazônia tem o maior reservatório subterrâneo de água do planeta.
Daniela Assayag
Manaus

O aquífero Alter do Chão já era conhecido dos cientistas. Eles só não sabiam que era tão grande.

Em nenhum outro lugar ela é tão farta. Tirando as geleiras, um quinto da água doce existente no mundo está na Amazônia. Parece muito, mas os rios e lagos do lugar concentram só a parte visível desse tesouro.

Debaixo da terra existem lagos gigantes, de água potável, chamados aquíferos.
Até agora, o maior do planeta era o Guarani, que se espalha pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Mas, um grupo de pesquisadores acaba de revelar que o aquífero Alter do Chão, que se estende pelo Amazonas, Pará e Amapá, é quase duas vezes maior.

"Isso representa um volume de água de 86 mil quilômetros cúbicos. Se comparado com o Guarani, por exemplo, ele tem em torno de 45 mil quilômetros cúbicos”, explicou Milton Mata, geólogo da UFPA

A maior parte do aquífero Guarani, no sul do Brasil, está debaixo de rocha. Já no aquífero na Amazônia tem terreno arenoso. Quando a chuva cai, penetra com facilidade no solo. A areia faz uma espécie de filtro natural. A água do reservatório subterrâneo chega limpa, boa para beber.


Perfurar o chão de areia é fácil e barato. O poço nem precisa de estação de tratamento químico. Na casa de Márcia a água sai direto para torneira. “Pode beber. É bem limpinha”, contou.

Dez mil poços particulares e 130 da rede pública já usam o aquífero para abastecer 40% da população de Manaus. Mas a maior parte da cidade ainda depende da água dos rios.

“Você pode abastecer todas as cidades da Amazônia com Alter do Chão sem problema e deixar de usar águas superficiais que estão todas contaminadas”, falou o geólogo.

Agora, os pesquisadores querem ajuda da Agência Nacional de Águas e do Banco Mundial para concluir o estudo. Num planeta ameaçado pelo aquecimento, o aquifero Alter do Chão é uma reserva estratégica.

sábado, 3 de abril de 2010

Cientistas tentam defender trabalhos sobre o clima

Há meses cientistas do clima sofrem críticas cruéis na mídia e na internet, acusados de esconder dados, cobrir erros e suprimir visões alternativas. Sua reposta até agora tem sido, em grande, parte, insistir na legitimidade de seu vasto corpo de ciência climática e ridicularizar seus críticos, chamando-os de esquisitos e desinformados. No entanto, o volume de críticas e a profundidade da dúvida só cresceram.

Muitos cientistas hoje estão enfrentando uma crise de confiança pública e sabem que tem de rebatê-la. A contragosto, eles estão começando a envolver seus críticos, admitir erros, abrir dados e remodelar a forma como conduzem seu trabalho.

A liberação não autorizada, no último outono, de centenas de mensagens de e-mail de um grande centro de pesquisa sobre o clima na Inglaterra, e, mais recentemente, revelações de um punhado de erros num suposto relatório confiável das Nações Unidas sobre a mudança climática, criaram o que vários cientistas importantes afirmam ser uma grande quebra de confiança em sua pesquisa. Eles afirmam que essa agitação ameaça minar décadas de trabalho e tem prejudicado enormemente a confiança do público na atividade científica.

No episódio do e-mail, chamado de "climategate" por alguns críticos, o conteúdo das mensagens vazadas fez com que alguns cientistas conhecidos sofressem acusações de esconder dados de temperatura de pesquisadores rivais e manipular resultados para estarem em conformidade com conclusões pré-estabelecidas. "Eu obviamente escrevi alguns e-mails terríveis", disse o britânico Phil Jones, diretor da unidade de pesquisa climática da University of East Anglia e centro da controvérsia, em confissão recente a um comitê especial do Parlamento. Mas ele discordou veementemente de acusações de que ele teria escondido dados ou falsificado resultados.

No entanto, danos sérios já foram causados. Uma pesquisa conduzida no final de dezembro pela Universidade de Yale e pela George Mason University descobriu que o número de americanos que acreditava que a mudança climática era uma enganação ou conspiração científica mais que dobrou desde 2008, de 7% da população para 16%. E 13% dos americanos disseram achar que, mesmo que o planeta esteja esquentando, isso seria resultado de fatores naturais apenas e não representaria uma preocupação significativa.

"Está claro que a comunidade científica do clima simplesmente não estava preparada para a escala e ferocidade dos ataques, e simplesmente não responderam de forma rápida e adequada", afirmou Peter C. Frumhoff, ecologista e cientista-chefe da Union of Concerned Scientists.

Agora várias instituições estão iniciando esforços para melhorar a qualidade de sua ciência e tornar seu trabalho mais transparente. A agência britânica oficial do clima está realizando uma revisão completa de seus dados de temperatura e irá tornar públicos seus registros e análises pela primeira vez, permitindo análises detalhadas por parte de terceiros em relações a métodos e conclusões.

Nenhum órgão científico está sofrendo inspeções mais hostis do que o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança Climática (IPCC), que compila pesquisas climáticas de centenas de cientistas ao redor do mundo em relatórios periódicos com o objetivo de ser a afirmação definitiva da ciência e um guia para a criação de diretrizes. Críticos, citando vários erros relativamente menores em seu relatório mais recente e acusações de conflitos de interesse contra seu líder, Rajendra K. Pachauri, pedem que o IPCC seja dispensado ou radicalmente reformulado.

Pachauri foi agraciado, em 2007, com o Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho no painel. A honraria foi dividida com o ex-vice presidente dos EUA, Al Gore.

No dia 27 de fevereiro, após semanas de recusa em envolver os críticos, o IPCC anunciou que estava solicitando a criação de um painel independente para revisar seus procedimentos de pesquisa, a fim de eliminar parcialidades e erros de futuros relatórios.

Entretanto, alguns críticos acreditam que se tratam apenas de esforços cosméticos que não resolvem o verdadeiro problema. "Vou deixar você por dentro de um segredo bem feio - não quero que a confiança na ciência do clima seja recuperada", disse Willis Eschenbach, engenheiro e oposicionista do clima que posta frequentemente em blogs de ceticismo climático, em resposta a uma proposta de cientistas de compartilhar mais pesquisas. "Não quero que vocês descubram como inspirar confiança camuflando suas práticas inescrupulosas de maneira inovadora", disse.

Ralph J. Cicerone, especialista em química atmosférica e presidente da National Academy of Sciences, órgão científico mais prestigiado dos Estados Unidos, disse haver o risco de que a desconfiança na ciência climática poderia se ramificar e gerar dúvidas em relação ao conhecimento científico de forma mais ampla. Ele disse que os cientistas devem fazer um trabalho melhor tentando ser ouvidos em redes de TV, rádio e internet.

A batalha é desigual, no sentido de que os cientistas se sentem obrigados a apoiar suas descobertas com observação cuidadosa e análises replicáveis, embora seus críticos sejam livres para fazer afirmações condenando seu trabalho como fraudulentos.

"Temos que fazer um trabalho melhor de explicar que sempre existem mais coisas para serem aprendidas, sempre há incertezas a serem resolvidas", disse John P. Holdren, cientista ambiental e conselheiro científico da Casa Branca. "Mas também precisamos lembrar às pessoas de que as ocasiões onde um amplo consenso é derrubado por um incrédulo da ciência são muito, muito raras".

Porém, alguns cientistas disseram que responder a céticos em relação a mudanças climáticas era perda de tempo. "Os cientistas do clima são pagos para fazer ciência", disse Gavin Schmidt, climatologista sênior do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA. "O trabalho deles não é convencer o público". Ele afirmou que a recente onda de hostilidade para com a ciência do clima tinha sido motivada tanto pelo inverno frio quanto por qualquer pecado científico, real ou percebido.

"Sempre houve pessoas nos acusando de sermos criminosos fraudulentos, que o IPCC seria corrupto", disse Schmidt. "A novidade é essa paranoia combinada com inverno frio nos Estados Unidos e a liberação do 'climategate'. A resposta é simples, ele disse: "A boa ciência é a melhor vingança".

sábado, 20 de março de 2010

Cidades brasileiras integram lista das mais desiguais

Cinco cidades brasileiras estão entre as 20 mais desiguais do mundo. Relatório apresentado hoje, na abertura do 5º Forum Urbano Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio, revela que Goiânia (10ª), Belo Horizonte (13ª), Fortaleza (13ª), Brasília (16ª) e Curitiba (17ª) são as que apresentam as maiores diferenças de renda entre ricos e pobres no País. O documento "O Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido" também informa que o Brasil é o país com a maior distância social na América Latina

O Rio de Janeiro, na 28ª posição, e São Paulo, na 39ª, também são cidades consideradas com alto índice de desigualdade, de acordo com o relatório da ONU. Nove municípios na África do Sul lideram o ranking. As capitais da Nigéria, Etiópia, Colômbia, Quênia e Lesoto também estão entre as mais desiguais. No total, 138 cidades de 63 países em desenvolvimento foram analisadas. O relatório baseia suas conclusões no coeficiente Gini - cujos indicadores medem a concentração de renda de um país.


Na avaliação do coordenador do relatório e diretor do Centro de Estudos e Monitoramentos das Cidades do Programa da ONU para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o mexicano Eduardo Lopez Moreno, existe vínculo direto entre desigualdade e criminalidade. Mais do que custos sociais, o abismo entre ricos e pobres também provoca prejuízos econômicos.


"Estatisticamente falando, existe sim um vínculo. É muito possível que a cidade mais desigual vai gerar muito mais fácil distúrbios e problemas sociais. As autoridades desses países vão deslocar recursos que deveriam ir para investimentos para conter esses movimentos sociais. O custo social acaba se traduzindo em custo econômico", afirmou Moreno.


Favelas


Em termos de favelização, o estudo da ONU apresenta resultados paradoxais para o Brasil. Apesar de ter sido o país que apresentou o maior número absoluto de pessoas que deixaram de viver em condições de favelização na América Latina - 10,4 milhões -, a pesquisa mostrou que o desempenho relativo ficou abaixo dos vizinhos. Enquanto as condições de moradia melhoraram para 16% da população brasileira, este índice ficou em 40,7% na Argentina, 39,7% na Colômbia, 27,6% no México e 21,9% no Peru.


As estimativas apresentadas na pesquisa são de que mais de 227 milhões de pessoas no mundo todo deixaram de viver em regiões faveladas desde o ano 2000. Isso representa uma evolução 2,2 vezes maior do que o estimado nas Metas de Desenvolvimento do Milênio, que haviam estabelecido objetivo de melhorar as condições de habitação de 100 milhões de pessoas até 2020.


"A situação melhorou em dez anos, mas infelizmente no mesmo período o aumento líquido dos pobres urbanos é de 55 milhões", disse Anna Tibaijuka, diretora-executiva do ONU-Habitat.


De acordo com a metodologia da pesquisa, deixar de viver em condição de favelização não significa necessariamente mudança de residência ou remoção de comunidade. Acesso a saneamento básico e água potável, o material utilizado nas moradias e a densidade das residências são os fatores para avaliar se uma região é ou não favelada.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O país que mudou de lugar



Terremoto redesenha mapa do Chile e desloca cidades até 4 metros

SANTIAGO (Reuters) - O terremoto que sacudiu o Chile em fevereiro redesenhou os mapas da região, causando um deslocamento de até 4 metros nas zonas próximas ao epicentro, disseram cientistas chilenos nesta terça-feira.

O diretor científico do Serviço Sismológico da Universidade do Chile, Sergio Barrientos, disse à Reuters que a correção do movimento causado pela superposição das placas tectônicas pode levar mais de um século.

"Este foi um grande terremoto, que tem muito deslocamento e envolve muita extensão. Há deslocamentos de até 4 metros perto de Constitución", acrescentou ele, referindo-se à cidade que fica 360 quilômetros ao sul de Santiago e foi uma das mais devastadas pelo terremoto e pelos tsunamis subsequentes.

O tremor de magnitude 8,8 na madrugada de 27 de fevereiro foi o quinto mais violento da história moderna, deixando pelo menos 497 mortos e um rastro de destruição ainda não avaliado por completo.

Os resultados dos estudos com base em medições de GPS feitas em conjunto com especialistas da Universidade Estadual de Ohio (EUA) estarão prontos dentro de um mês. Mas dados preliminares indicam que a cidade de Concepción, segunda maior do país, e também bastante afetada, se deslocou três metros para sudeste. Santiago, a capital, "andou" meio metro.

"Deslocamentos significativos são evidentes em lugares tão a leste como Buenos Aires (de 2 a 4 centímetros) e tão ao norte como a fronteira (do Chile) com o Peru", disse nota da Universidade Estadual de Ohio.

Buenos Aires fica mais de 1.100 quilômetros a leste de Santiago, do outro lado da cordilheira dos Andes.

A energia liberada pelo sismo foi tão grande que, segundo a Nasa, deslocou em cerca de 7,6 centímetros o eixo de rotação da Terra.

O Chile, um dos países mais sísmicos do mundo, está situado diante da linha de contato entre as placas tectônicas de Nazca, no Pacífico, e da América do Sul.

Quando ocorre um terremoto como o de fevereiro, a placa de Nazca escorrega para debaixo da placa continental. Esse fenômeno, que os cientistas chamam de "subducção", provoca o deslocamento para o leste. "O processo inverso demoraria cem anos ou até mais", disse o sismólogo Barrientos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BC lança nova família de notas do real; cédulas têm tamanhos diferentes

Por Redação Yahoo! Brasil


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O Banco Central apresentou nesta quarta-feira a segunda família de cédulas do real. As notas mantiveram as cores e a temática - efígie da República nos anversos e animais da fauna brasileira nos reversos -, mas os elementos gráficos foram redesenhados. A principal novidade, no entanto, está no tamanho, que varia de uma nota para outra: quanto maior o valor, maior a cédula.




Com a mudança no tamanho e a adoção de marcas táteis mais salientes, o BC afirma, em comunicado, que "as novas cédulas do real atenderão a uma demanda dos deficientes visuais, que até então enfrentavam dificuldade em reconhecer os valores das notas."A autoridade monetária ressalta ainda que as novas cédulas, dotadas de recursos gráficos mais sofisticados, "ficarão mais protegidas contra as falsificações.


As novas cédulas de R$ 50 e R$ 100 começam a circular ainda no primeiro semestre deste ano. As notas de menor valor - de R$ 2, R$ 5, R$ 10 e R$ 20 - serão trocadas gradualmente até 2012. O lema da campanha de lançamento é "O Real Ficou ainda Mais Forte". As cédulas são assinadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do BC, Henrique Meirelles.